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Posts Tagged ‘Educação’

Todo este processo de avaliação dos docentes em Portugal é, no mínimo, escandaloso. Os professores, na minha perspectiva, ficam com cada vez menos vontade de trabalhar. Horas e horas a tratar de processos burocráticos que, aparentemente, ninguém tem uma certeza de como os tratar. Será que alguém, depois de ter estado numa reunião até às tantas e depois de ouvir um raspanete do “conjugue”, tem vontade de ensinar, ou tentar, uma pequena percentagem de alunos interessados? Não me parece. Sou-vos sincero: não conheço intimamente os critérios de avaliação, mas ouvi falar de alguns. Será que um docente é responsável pelo abandono escolar? Meu Deus, onde é que um professor tem o poder de prevenir este tipo de decisões? Cada um sabe de si. Se calhar o aluno até tem necessidade de trabalhar, uma vez que os rendimentos dos pais não são suficientes para sustentar a família. Um professor deve motivar um aluno, para aprender e ter uma educação superior. Mas controlar a sua vida? Poupem-me. Após uma leitura, no Público de hoje, fiquei, mais uma vez, escandalizado:

(…) é proibido reter as crianças no 1º ano, “necessitamos de um trabalho diferenciador para ultrapassar este problema”.

Faz-me lembrar o efeito bola de neve. Mas quando se tem a oportunidade de parar a dita bola de neve na primeira fase ( leia-se: 1º ano ), que é que se faz? Deixa-se continuar. Depois atribui-se as culpas aos professores, porque são uma data de incompetentes. E os pais, ou tutores, destas crianças? Não têm responsabilidades no caso? Não têm, também, o dever de motivar as crianças? Parece que querem fazer dos professores portugueses, além de docentes, pais destas crianças. Mais um promenor: a estratégia do governo de mostrar belas estatísticas, assim como mostrou relativamente ao exame do 12º ano de matemática, é, no mínimo, ultrajante. Porque faz passar a imagem de que estamos a ter alunos cada vez mais capazes, mas, na realidade, são alunos que não fazem ideia do que estão a fazer. Os que fazem, são vítimas de um facilistismo que deita por terra todo os seus esforços ao longo dos anos.

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Sendo eu um perfeito ignorante na matéria. Apesar de o ser e ter bem noção de que o sou, faço parte deste país e como tal falo. Falo e de quê ? Da vergonha que se está a passar neste momento. E que vergonha é essa? Realmente, é difícil ver qual delas é. Mas, hoje, só vou falar de uma. O estado da educação no nosso país. Após todo o rebuliço que tem havido, decidi eu expressar a minha opinião. O nosso governo é engraçado. É engraçado virem falar de estatísticas, é engraçado é. Dizer que a média das notas no exame de matemática subiu. Porra, senão subisse é que era o cúmulo. Vêm agora dizer, que essa subida é promocional ao conhecimento dos alunos. Deixem-se de tretas. Até um cego vê o que se está a passar. Só não vê quem é hipócrita. Vocês baixam a fasquia dos exames, para o mais vergonhoso que há. Depois, vêm dizer que a média subiu graças às políticas educacionais do Ministério da Educação. O mais engraçado nisto, é a convicção como garantem que essas políticas foram essenciais para esse melhoramento. Em seguida, vêm dizer que o órgão que criou os exames é independente do Ministério da Educação. Enfim, enfim. Os professores no meio disto tudo, não passam do marionetas. Os que são bons, não podem fazer nada realmente. Dão as aulas o melhor que podem, e desde já fica o meu agradecimento. Os que não sabem dar, são uns pobres diabos. Que além de não querer saber dos alunos, não sabem do que falam. Depois, ainda há os que sabem, mas não sabem leccionar. Meus amigos, há pessoas que sabem ensinar, outros não. No final das contas, quem sofre é o aluno. Por duas razões. Primeiro, porque pensa que percebe da matéria. Mas em comparação ao resto da Europa, somos uns perfeitos ignorantes. Comparai um aluno da Finlândia com um aluno português. Lá está, nem há comparação, tanto a nível de conhecimentos, como em nível de educação. Claro, claro que há excepções como em tudo, mas regra geral é assim. Em termos de educacionais, estaria a entrar por outros caminhos que não são chamados para aqui. Em segundo lugar, chegam às universidades e é o que é. Toda a gente chumba e dizem que não têm bases. Depois os pais admiram-se com isso, uma vez que o seu filho tirou um quinze no exame de matemática, mas é incapaz de passar a uma disciplina de matemática na universidade, fundamentando falta de bases. No final, um aluno demora mais tempo a sair para o mercado de trabalho. Quando finalmente sai, não sabe o que está a fazer no emprego. Mas, mais uma vez, não quero falar disso, porque estaria a entrar noutros caminhos. Por isso, não venham para a televisão falar em estatísticas. Sejai honestos para com o país. Admitai os vossos erros. Fica melhor isso, que mentir à descarada. Não se esqueçam disto, vocês também vão sair prejudicados com isto tudo.

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